4 de junho de 2011

Caverna Aroe Jari, Chapada dos Guimarães



Caverna Aroe Jari

Aroe Jari é a maior caverna de arenito do Brasil, com cerca de 1.550km de extensão, localizada na Chapada dos Guimarães. Próximo à Aroe Jari estão mais duas cavernas, a Lagoa Azul e a Kiogo Brado. A trilha às essas cavernas é o dia todo de caminhada, com cerca de 15 km somando ida e volta.

Aroe Jari significa "Morada das Almas", na língua indígena Bororo, e foi intensamente frequentada mais recentemente (até a ocupação colonial europeia) por essa etnia e pelos Caiapó. Os Bororo realizavam cerimônias funerárias na caverna.

Tem sítio arqueológico? Sim!
De acordo com o cadastro no IPHAN, em 1989 a equipe da arqueóloga Irmhild Wüst (UFG) registrou pinturas rupestres na "Gruta da Lagoa ou Caverna Aroe Jari", como sítio MT-CB-026. Infelizmente, no local não há indicação da presença das pinturas, não sendo possível visualizá-las.
Para além disso, os guias sempre nos informam de que houveram escavações arqueológicas no local, com a retirada de urnas funerárias, que seriam dos indígenas Bororo, e informam que a arqueóloga Maria Lúcia F. Pardi teria realizado trabalhos no local.
Entretanto, entrei em contato com a colega Pardi (informação oral, 2015), e ela me disse que  era representante do IPHAN no Mato Grosso, e realizou uma pesquisa em preservação na Chapada dos Guimarães como um todo, realizando levantamento bibliográfico, cadastrando os sítios e avaliando o estado de conservação dos mesmos, para a criação do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Portanto, a arqueóloga não realizou uma pesquisa específica na caverna Aroe Jari, tampouco escavação no local. Segundo Pardi, ela também ouviu os boatos sobre escavações anteriores de urnas funerárias na caverna, e investigou o caso, porém, nada mais se sabe sobre isso. Até o momento, trata-se de um boato.

Espinha dorsal da Baleia, parte da trilha às cavernas.

Ponte de pedra

Cutia de pedra

Guia Arthur falando sobre o cerrado e as matas de galeria


Caverna Aroe Jari


Caverna Aroe Jari, salão exterior


A trilha começa na Caverna Aroe Jari e segue até esta caverna, Lagoa Azul, que é chamada "O Espelho" pela etnia indígena Bororo, porque o conjunto do reflexo na parede da caverna mais o reflexo na água formam imagens sagradas, sendo possível perceber nitidamente o desenho da cabeça de uma onça vista de cima. Os bororo visitam o local para a realização de rituais sagrados. A trilha das cavernas é muito extensa, e só é permitida ser feita com guia. No total, ida e volta, se soma uns 15 km de trilha. 

Os Bororo moram no Mato Grosso, e são cerca de 1.686 (Siasi/Sesai, 2012) pessoas. O termo Bororo significa, na língua nativa, "pátio da aldeia". Não por acaso, a tradicional disposição circular das casas faz do pátio o centro da aldeia e espaço ritual desse povo, caracterizado por uma complexa organização social e pela riqueza de sua vida cerimonial. A despeito de hoje terem direito a apenas um território descontínuo e descaracterizado, o vigor de sua cultura e sua autonomia política têm atuado como armas contra os efeitos predatórios do contato com o "homem branco", que se estende há pelo menos 300 anos.


Caverna Aroe Jari

"Cachoeira" (infiltração) dentro da Caverna Aroe Jari

A entrada da caverna lá atrás



Entrada da caverna Aroe Jari

A turma de expedição

Final da Caverna Aroe Jari, após 1 km e 550 metros de extensão

Para fazermos a trilha das cavernas, contratamos o guia Arthur, que nos foi indicado por uma empresa de turismo localizada em frente à praça Dom Wunibaldo, onde ocorrem feirinhas de gastronomia e artesanato à noite. Muitas outras pessoas foram com o mesmo guia, se encontrando pela manhã próximo à mesma praça. Todos saíram em seus carros próprios. No local, é possível utilizar as perneiras disponíveis pelo guia, e se preparar antes de iniciar a trilha.

Artigo científico sobre a Caverna Aroe Jari (clique aqui)

Veja também a postagem da Caverna Lagoa Azul:   


Para mais informações, procure o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) da Chapada dos Guimarães, pelo telefone: 301-2045/301-3214, ou email: chapadaturismo@terra.com.br

Já esteve lá? Como foi a sua viagem? Está planejando ir?

Deixe um comentário :D




4 comentários:

  1. Belíssimo acervo da geologia pré-colombiana que temos em nosso país e pouco se sabe. Parabéns pela documentação e sucesso em vossas pesquisas.


    Marcelo Portuária
    Visite: alfarrabiosdeoutrora.blogspot.com
    cidadaniadoscapitais.blogspot.com

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  2. INCREDIBLE photographs !!!!!!!

    Have a super weekend.

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  3. Na caverna nada se ouve além do silêncio
    Nada se vê além de beleza...

    Da caverna nada se leva além de fotografias...
    nada se deixa além de pegadas...

    Belas imagens

    bjins

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