Caverna Aroe Jari
Aroe Jari é a maior caverna de arenito do Brasil, com cerca de 1.550km de extensão, localizada na Chapada dos Guimarães. Próximo à Aroe Jari estão mais duas cavernas, a Lagoa Azul e a Kiogo Brado. A trilha às essas cavernas é o dia todo de caminhada, com cerca de 15 km somando ida e volta.
Aroe Jari significa "Morada das Almas", na língua indígena Bororo, e foi intensamente frequentada mais recentemente (até a ocupação colonial europeia) por essa etnia e pelos Caiapó. Os Bororo realizavam cerimônias funerárias na caverna.
Tem
sítio arqueológico? Sim!
De acordo com
o cadastro no IPHAN, em 1989 a equipe da arqueóloga Irmhild Wüst (UFG) registrou
pinturas rupestres na "Gruta da Lagoa ou Caverna Aroe Jari",
como sítio MT-CB-026. Infelizmente, no local não há indicação da presença das
pinturas, não sendo possível visualizá-las.
Para além disso, os guias sempre nos informam de que houveram escavações arqueológicas no local, com a retirada de urnas funerárias, que seriam dos indígenas Bororo, e informam que a arqueóloga Maria Lúcia F. Pardi teria realizado trabalhos no local.
Entretanto, entrei em contato com a colega Pardi (informação oral, 2015), e ela me disse que era representante do IPHAN no Mato Grosso, e realizou uma pesquisa em preservação na Chapada dos Guimarães como um todo, realizando levantamento bibliográfico, cadastrando os sítios e avaliando o estado de conservação dos mesmos, para a criação do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Portanto, a arqueóloga não realizou uma pesquisa específica na caverna Aroe Jari, tampouco escavação no local. Segundo Pardi, ela também ouviu os boatos sobre escavações anteriores de urnas funerárias na caverna, e investigou o caso, porém, nada mais se sabe sobre isso. Até o momento, trata-se de um boato.
Espinha dorsal da Baleia, parte da trilha às cavernas.
Ponte de pedra
Cutia de pedra
Guia Arthur falando sobre o cerrado e as matas de galeria
Caverna Aroe Jari
Caverna Aroe Jari, salão exterior
A trilha começa na Caverna Aroe Jari e segue até esta caverna, Lagoa Azul, que é chamada "O Espelho" pela etnia indígena Bororo, porque o conjunto do reflexo na parede da caverna mais o reflexo na água formam imagens sagradas, sendo possível perceber nitidamente o desenho da cabeça de uma onça vista de cima. Os bororo visitam o local para a realização de rituais sagrados. A trilha das cavernas é muito extensa, e só é permitida ser feita com guia. No total, ida e volta, se soma uns 15 km de trilha.
Os Bororo moram no Mato Grosso, e são cerca de 1.686 (Siasi/Sesai, 2012) pessoas. O termo Bororo significa, na língua nativa, "pátio da aldeia". Não por acaso, a tradicional disposição circular das casas faz do pátio o centro da aldeia e espaço ritual desse povo, caracterizado por uma complexa organização social e pela riqueza de sua vida cerimonial. A despeito de hoje terem direito a apenas um território descontínuo e descaracterizado, o vigor de sua cultura e sua autonomia política têm atuado como armas contra os efeitos predatórios do contato com o "homem branco", que se estende há pelo menos 300 anos.
Caverna Aroe Jari
"Cachoeira" (infiltração) dentro da Caverna Aroe Jari
A entrada da caverna lá atrás
Entrada da caverna Aroe Jari
A turma de expedição
Final da Caverna Aroe Jari, após 1 km e 550 metros de extensão
Para fazermos a trilha das cavernas,
contratamos o guia Arthur, que nos foi indicado por uma empresa de turismo localizada
em frente à praça Dom Wunibaldo, onde ocorrem feirinhas de gastronomia e
artesanato à noite. Muitas outras pessoas foram com o mesmo guia, se encontrando
pela manhã próximo à mesma praça. Todos saíram em seus carros próprios. No
local, é possível utilizar as perneiras disponíveis pelo guia, e se preparar
antes de iniciar a trilha.
Artigo científico sobre a Caverna Aroe Jari (clique aqui)
Veja também a postagem da Caverna Lagoa Azul:
Para mais informações, procure
o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) da Chapada dos Guimarães,
pelo telefone: 301-2045/301-3214, ou email: chapadaturismo@terra.com.br
Já esteve lá?
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Lindo passeio!
ResponderExcluirBelíssimo acervo da geologia pré-colombiana que temos em nosso país e pouco se sabe. Parabéns pela documentação e sucesso em vossas pesquisas.
ResponderExcluirMarcelo Portuária
Visite: alfarrabiosdeoutrora.blogspot.com
cidadaniadoscapitais.blogspot.com
INCREDIBLE photographs !!!!!!!
ResponderExcluirHave a super weekend.
Na caverna nada se ouve além do silêncio
ResponderExcluirNada se vê além de beleza...
Da caverna nada se leva além de fotografias...
nada se deixa além de pegadas...
Belas imagens
bjins