19 de outubro de 2010

CAMINHOS CIENTÍFICOS E CULTURAIS DO HOMEM NO CERRADO


   Aqui um pouco do projeto do qual participo.  Este conteúdo é, em partes, o pôster que apresentei no Congresso Internacional de História, Gênero Poder e Cultura; da Universidade Federal de Goias / Campus Jataí, em 2010; em parceria com Ângela Cristina de Assis Rolim (Museu Histórico de Jataí). 
   Professora orientadora, Cláudia Graziela Ferreira Lemes, da área de História. Coordenador do projeto, professor Alessandro Martins. 

                 
F. Weimer Carvalho. Escavação realizada no sítio GO-JA-01 Gruta do Diogo, Serranópolis, 1996.

  Para a expansão de um espaço físico destinado à divulgação científica existente no Campus Jataí da UFG, o projeto tem como finalidade a construção de um museu de ciência interdisciplinar, em conjunto com o Museu Histórico de Jataí e a Prefeitura Municipal, contando com o financiamento do CNPq e da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Goiás.

  A exposição terá como temática central a descrição “CAMINHOS CIENTÍFICOS E CULTURAIS DO HOMEM NO CERRADO” e sua finalidade será apresentar as transformações científicas e tecnológicas das diferentes áreas das ciências de forma correlacionada com o modo de viver e com as atividades de produção regionais.


Metodologia:

  Estimular a curiosidade científica pelo conhecimento histórico da região sudoeste do Estado de Goiás e sua ocupação, práticas sociais, econômicas e construtivas; através de uma equipe multidisciplinar de educadores e monitores pronta para receber as escolas e visitantes em geral.

  Dinamização e transmissão dos conteúdos de modo a atingir com clareza os visitantes.
  Ao se passar por todas as seções ter-se-á uma visão da evolução científica e tecnológica do homem voltada a conhecer a vivência da população local e seu modo de produzir.

  As temáticas serão estruturadas em ordem cronológica do desenvolvimento tecnológico humano na região em que os determinados assuntos devam ser apresentados. Uma estrutura do tipo “Trilha da Ciência” será montada permitindo ao visitante iniciar sua visitação trilhando cada seção temática de forma organizada e seqüenciada.

  A aventura no mundo do Cerrado Goiano será introduzida com painéis, banners, vídeos e maquetes com informações científicas sobre a origem deste bioma, seguido por ambientes onde serão apresentadas as possíveis teorias sobre como surgiram os primeiros habitantes da região e as primeiras técnicas de extração e produção local seguido pela descrição do processo de transformação do modo de vida e produção.

  Estimular a curiosidade à observação da realidade por meio de experimentações e vivências, na compreensão do mundo ao nosso redor, sem abrir mão do rigor científico de cada processo.

  Para a dinamização da exposição serão criadas as seguintes seções temáticas: Geografia Física (Astronomia, Climatologia e Geologia); Anatomia Humana; História Agrária; A Ciência no Cotidiano; Oficinas; Relógio Solar;

• Oficina de Paleontologia e Arqueologia – Mostra permanente de organismos ou partes de organismos fossilizados, extintos e ainda presentes na região. Caracteriza-se também em apresentar, através de artefatos encontrados em sítios arqueológicos locais, as evidências da presença do homem na região em épocas remotas. Nesse sentido, o município apresenta material substancial à disposição no Museu Histórico de Jataí, além de inúmeros sítios arqueológicos conhecidos que poderão compor o nosso projeto;

Objetivos:

• Expansão e ampliação de um espaço físico que tem sido utilizado como ambiente de divulgação cientifica na área de astronomia e ciências afins, para outras áreas;

• Implantação de uma exposição permanente, dividida em seções temáticas e interativas;

• Melhoria do ensino de ciências (alfabetização científica) e despertar um maior interesse dos alunos por essas áreas, utilizando de vários conhecimentos como a história;

• Estimular a curiosidade, criatividade e capacidade de inovação, especialmente entre os jovens, também para carreiras científicas e tecnológicas;

• Ações de inclusão social e redução das desigualdades. Possibilitando o acesso ao conhecimento científico de um público amplo que já passou (ou não) pelas escolas;

• Inclusão social por meio das atividades informais do ensino de ciências para crianças e adolescentes em locais com baixos índices de desenvolvimento;

• Permitir ao visitante identificar os conceitos e métodos científicos em atividades cotidianas e em diferentes métodos de produção agropecuária ao longo do tempo;

• Apresentar o cenário cultural de produção e extração do período pré-histórico na região do Cerrado. E sensibilizar os visitantes com relação às questões ambientais relacionadas com a evolução técnico-científica dos modos de extração e produção agropecuária ao longo do processo de ocupação da região;

• Elaborar uma síntese de conhecimentos sobre ambientes e comunidades, embasado em dados e exemplos locais, que possam ser difundidos através de publicações didáticas (impressas e eletrônicas) e técnicas, de modo a atingir diferentes públicos;

• Popularização do conhecimento científico, mostrando ao público que ciência não se caracteriza apenas por um conjunto de fórmulas, teorias e equações enfadonhas, mas sim um emaranhado de idéias lógicas que expressam a natureza de uma forma interessante, juntamente com a história.

• Discutir o papel da ciência e da academia no mundo;

• Integração entre a universidade, escolas públicas, privadas e comunidade em geral, para contribuir com a difusão e popularização do conhecimento científico.

 
F. Weimer Carvalho. Escavação realizada no sítio GO-JA-01 Gruta do Diogo, Serranópolis, 1996

 
F. Weimer Carvalho. Escavação realizada no sítio GO-JA-01 Gruta do Diogo, Serranópolis, 1996. Esqueleto humano com datação de 11 mil anos atrás, em exposição no Museu Histórico de Jataí.


Atividades na área de História:

  A região Sudoeste de Goiás é rica de vestígios arqueológicos, já tendo sido levantados inúmeros abrigos rochosos com uma densa ocupação humana datada de aproximadamente 9.000 mil anos a.C. até a primeira ocupação por fazendeiros brancos no século XVIII.

  Levantamento:

• Primeiras pesquisas realizadas sobre as ocupações humanas na região Centro-Oeste do Brasil, analisando as teorias sobre como ocorreram as primeiras migrações para essas áreas.

• Sítios arqueológicos e recolhimento de material, em especial os realizados pela UFG, UCG e Vale dos Sinos.

• Traços culturais deixados por estes grupos pré-históricos; a tipologia dos abrigos, a cultura material, a forma de coleta e as mudanças a que foram submetidos.

• Início de outra leva de migração, por fazendeiros especificamente na região Sudoeste de Goiás, com intuito de criação de gado, no fim do século XVIII. Assim como das transformações no ambiente natural, o encontro/conflito com os habitantes anteriores e o resultado desta ocupação, as práticas culturais e os objetos da cultura que desenvolveram nesse processo de ocupação.


As referências bibliográficas não são postadas no blog.

3 comentários:

  1. Muito Bom esse projeto. Os seus textos estão melhorando a cada dia. No museu eu quero participar como voluntário, viu? Quero deixar minha contribuição... srsrs conte comigo.

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  2. Olha só! Achei seu trabalho! Muito interessante, especialmente a forma como ele se projeta para a sociedade, com claros objetivos pedagógicos, evitando se transformar numa forma de conhecimento obscura.
    Interessante também a abrangência do projeto, que vai, literalmente, do céu à terra, englobando o humano e sua cultura.
    Parabéns!

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